Só no Pará serão criados quase 52 mil empregos, alimentando uma engrenagem de geração de renda e melhores condições de vida na região
O Congresso Técnico da XVI Feira da Indústria do Pará (FIPA), que reunirá em Belém grandes nomes do setor industrial e de organizações internacionais para falar sobre sustentabilidade, voltará a jogar luz sobre um tópico que tem permeado discussões em todo o país: a possibilidade de exploração de petróleo na Foz do Amazonas (Amapá e Pará), uma das cinco bacias sedimentares que compõem a chamada Margem Equatorial.
Com o tema “Exploração de Petróleo e Gás na Margem Equatorial”, representantes da Petrobras, do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), da Companhia de Gás do Maranhão (Gasmar) e da área de geologia compartilharão com os participantes não só os impactos econômicos, que segundo projeções recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) acrescentariam R$ 65 bilhões ao PIB nacional, com a geração de 326.049 novos empregos formais, como também a contribuição para a redução das desigualdades socioeconômicas em estados das regiões Norte e Nordeste.
A Margem Equatorial se estende por mais de 2 mil quilômetros desde a costa do Amapá, na região Norte, até o Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro. Há um ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) negou o pedido de pesquisa da Petrobras em um novo bloco, o FZA-M-59, a 159 quilômetros da região do Oiapoque (AP), na Foz Amazonas, com área de abrangência também no Pará. Para obter a licença, o empreendimento deverá realizar uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).
Em abril deste ano, a Petrobras anunciou a descoberta de mais uma reserva de petróleo em águas profundas na Margem Equatorial, especificamente na bacia Potiguar, na fronteira entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. Foi a segunda descoberta na bacia Potiguar em 2024.
Manifesto – No último dia 2, a Ação Pró-Amazônia, formada pelas Federações das Indústrias dos Estados da Amazônia Legal – Acre (FIEAC), Amapá (FIEAP), Amazonas (FIEAM), Maranhão (FIEMA), Mato Grosso (FIEMT), Pará (FIEPA), Rondônia (FIERO), Roraima (FIER) e Tocantins (FIETO), e as Federações das Indústrias dos Estados do Ceará (FIEC), Maranhão (FIEMA), Piauí (FIEPI) e Rio Grande do Norte (FIERN), que integram a Associação Nordeste Forte, divulgaram um manifesto em defesa da exploração “de forma planejada, consciente e responsável” de petróleo na área.
“Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios econômicos e sociais gigantescos, não podemos nos dar ao luxo de ignorar essa possibilidade. Países vizinhos como Guiana, Guiana Francesa e Suriname iniciaram estudos semelhantes na década passada e hoje colhem os frutos desse investimento, com a Guiana destacando-se como o país que mais cresceu no mundo em 2023”, diz um trecho do documento.
Segundo os dados da CNI, só no Pará, a exploração de petróleo na Margem Equatorial levará a um valor adicional ao PIB de R$ 10,7 bilhões, um acréscimo de 6,2%, contribuindo também para a criação de quase 52 mil empregos.
O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, lista uma série de benefícios socioeconômicos gerados a partir da produção de petróleo na Foz do Amazonas. “Acreditamos que essa operação industrial deverá movimentar toda a economia, em diversos setores, com estímulo para a criação de novos negócios, geração de emprego e renda e fortalecimento de fornecedores locais, além da internalização das compras dentro do próprio Estado”.
“Outra expectativa é que sejam criados centros de estudos e pesquisa na exploração de petróleo para formar profissionais locais, integrar conhecimentos e desenvolver práticas sustentáveis para um desenvolvimento justo e inclusivo da indústria”, destaca o presidente da FIEPA.
O painel “Exploração de Petróleo e Gás na Margem Equatorial” ocorrerá no próximo dia 24, às 16 horas, no Hangar.
A XVI Feira da Indústria do Pará tem a realização da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); apoio do Governo do Estado, Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Confederação Nacional das Indústrias (CNI); patrocínio Diamante da Albras, Hydro, Vale e SEBRAE; patrocínio Ouro da Norte Energia, Apex Brasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Huawei e Banpará; patrocínio Bronze da Agropalma, Alcoa, Banco da Amazônia, Cargill, Solar Coca-Cola; apoio cultural da Equatorial Energia; e apoio institucional do Fórum das Entidades Empresariais do Estado do Pará e Natura.
A programação completa e os ingressos para o Congresso técnico podem ser acessados aqui.