Espaço “Made in Pará” apresentará aos visitantes da XVI Feira da Indústria uma variedade de itens que buscam levar nossas cores, cheiros e sabores a novos mercados
Joias, cosméticos, alimentos e bebidas produzidas à base de itens como mel, frutos ou vegetais típicos da Amazônia encontram, cada vez mais, mercados internacionais de consumo. São produtos da chamada bioeconomia, quando tecnologia e inovação são utilizadas para oferecer soluções mais sustentáveis, contribuindo para geração de emprego e renda em harmonia com a preservação do meio ambiente.
Faltando pouco mais de um ano para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Belém (COP 30), moradores e visitantes da capital paraense terão a oportunidade de conhecer mais sobre algumas empresas locais que têm se voltado para o exterior e estão em diferentes estágios de acesso a esse mercado. Elas estarão no espaço “Made in Pará”, de 22 a 25 de maio, durante a XVI Feira da Indústria do Pará (FIPA).
São iniciativas como a Açaí Frutalí, fundada em 1999, época em que o açaí havia começado a fazer sucesso para além do Pará e de outros estados da região Norte. As operações começaram, efetivamente, em 2002, como lembra Denise Acosta, fundadora da empresa, que atualmente concentra suas exportações para os Estados Unidos. “Naquela época, havia uma grande oportunidade, o Brasil estava descobrindo o sabor do açaí e existiam poucas indústrias de processamento dessa fruta, então a Frutalí ganhou mercado e cresceu vendendo polpa de açaí. Hoje também temos em nosso portfólio produtos como sorbet de açaí, açaí soft e até uma grande variedade de sorvete”, afirma, ressaltando que o açaí utilizado é produzido em comunidades ribeirinhas, principalmente no município de Ponta de Pedras, na ilha do Marajó (PA).
Denise lembra que, inicialmente, o foco da Frutalí não foi o mercado externo. “Isso nos parecia algo inatingível”, afirma. “Porém, durante a nossa caminhada, fomos nos capacitando, tivemos o apoio de parceiros como o CIN/FIEPA (Centro Internacional de Negócios), a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e Sebrae, e com isso nos sentimos mais seguros para lidar com os desafios da exportação, como documentações, licenças, adaptação de embalagens e parque fabril – até conseguirmos fazer a nossa primeira exportação”, destaca.
A coordenadora do CIN, Cassandra Lobato, ressalta que essa insegurança inicial de Denise ainda hoje é observada em muitos empresários, principalmente por falta de informação.
“Os nossos empresários têm uma coisa que o mundo quer, que é o produto da Amazônia. Muitas vezes, o que falta para esse empresário é o aprendizado do processo da exportação”, explica.
Aprendizado esse que também marcou a trajetória do Consórcio Empresarial Joias do Pará, resultado da união de oito empresas do Polo Joalheiro, em Belém, no ano de 2012, voltadas para levar as joias da Amazônia a eventos e mercados nacionais e internacionais. A atuação do Consórcio foi suspensa durante a pandemia e só retomada recentemente, agora com três empresas envolvidas. “O mercado hoje é universal. E mesmo local, regional ou nacional, há demandas distintas na geração de negócios. Por isso, em breve, atenderemos até demandas de pequenas exportações ajudando outros segmentos com a nossa expertise de exportar os produtos Made in Pará”, explica João Amorim, de uma das empresas do Consórcio.
Variedades de anel marajoara em prata 950, produzidas pelo Consórcio de Joias. Foto: AmoriMendes/ Divulgação
Desafios – Cassandra Lobato explica que o Centro Internacional de Negócios do Pará (CIN) oferece vários tipos de produtos e serviços criados especialmente para ajudar os empresários a consolidarem os seus negócios internacionais. Ela ressalta que mercado, para isso, não falta, apesar dos desafios, especialmente em relação à logística na região.
Cassandra Lobato, coordenadora do CIN/FIEPA, Foto: Pedro Sousa
“Há um interesse, mas também existem barreiras. É o caso da União Europeia, onde há uma grande demanda. Também há muita demanda de países da América Latina. Porém, a gente nota um interesse maior pela matéria-prima, como pracaxi e andiroba. Então, o nosso desafio é trazer, cada vez mais, agregação de valor para esse setor. Aqui, na América Latina, o que também é muito desafiador é a logística. O frete é muito caro”, explica. “Ao mesmo tempo, a gente tem que criar outras oportunidades em que a nossa localização possa nos beneficiar. O Caribe pode ser um exemplo. Na FIPA, nós vamos trabalhar muito em pontos como geração de negócio, informação e capacitação”, completa.
Sabores – Os visitantes da Feira terão acesso gratuito ao espaço “Made in Pará”, podendo ainda degustar e até comprar alguns dos produtos produzidos localmente. “O espaço funcionará de 22 a 25 de maio, sempre das 17h às 22 horas, oferecendo vários produtos que, com certeza, muitos paraenses ainda não conhecem. Eles vão se surpreender, de maneira positiva, com esses produtos 100% Made in Pará”, finaliza a coordenadora do CIN.
A XVI Feira da Indústria do Pará tem a realização da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA); apoio do Governo do Estado, Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Confederação Nacional das Indústrias (CNI); patrocínio Diamante da Albras, Hydro, Vale e SEBRAE; patrocínio Ouro da Norte Energia, ApexBrasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Huawei e Banpará; patrocínio Bronze da Agropalma, Alcoa, Banco da Amazônia, Cargill, Solar Coca-Cola; apoio cultural da Equatorial Energia; e apoio institucional do Fórum das Entidades Empresariais do Estado do Pará e Natura.
A programação completa e os ingressos para o Congresso técnico do evento podem ser acessados aqui.